sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um olhar alternativo sobre a Área Portuária do Rio


CMRJ inicia diálogo com a UFRJ

Crédito: Ascom Sonia Rabello
Na próxima segunda-feira, dia 19 de setembro, por iniciativa da vereadora Sonia Rabello, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro inaugurará a exposição “Área Portuária em transformação – olhar alternativo”, produzida pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A intenção é a de promover uma maior integração do Legislativo municipal com a universidade, incentivando a divulgação dos projetos desenvolvidos em sala de aula e que se configuram como alternativas para as questões da cidade do Rio de Janeiro.

Nosso blog conversou com os professores que coordenaram o projeto interdisciplinar, que começou em março de 2010 e já envolve a quarta turma de alunos que cursa o 8º período.

“Começamos trabalhando mais na região próxima à Praça Mauá que, é o primeiro setor de intervenção do Porto do Rio, até a Praça da Harmonia. No segundo semestre de ano passado, continuamos desenvolvendo o projeto nessa região para levantar questões e compreender as dinâmicas atuantes”, afirma o professor de Projetos de Arquitetura, Guilherme Lassance.


Crédito: Ascom Sonia Rabello
Na primeira metade deste ano, professores e educandos partiram para o bairro de Santo Cristo. “Estudamos da Cidade do Samba até a Francisco Bicalho”, acrescenta Lassance.

Já no semestre em curso, os trabalhos visam a discussão da área portuária como um todo.

A soma de conhecimentos compatibilizando propostas

Ao longo deste processo, agregaram-se conhecimentos específicos de cada uma das partes que constituem a área estudada, envolvendo as disciplinas Planejamento Urbano (Professor Cristóvão Duarte), Projeto de Arquitetura (Professor Guilherme Lassance) , Projeto Paisagístico (Professora Ivete Farah) e Técnicas de Apresentação de Projetos (Professor Alexandre Pessoa).

Crédito: Ascom Sonia Rabello
Desta forma, observa o professor Guilherme, a experiência tem sido valiosa, não somente para a promoção da interatividade entre os alunos, mas também para, em sala de aula, fundamentar argumentos e ideias a respeito de propostas desenvolvidas para o Rio de Janeiro.

“Nossa grande ambição é esse embate com as questões relacionadas com uma área já consolidada da cidade, com certa complexidade inerente ao sítio, e também a questão do trabalho em grupo, com diferentes visões.

Provocamos a discussão de projetos que não resultam de ações independentes umas das outras, mas sim de planos coletivos da turma. Isso obriga os alunos a aprenderem a negociar para que ocorra a compatibilização das propostas, reproduzindo as características de um projeto urbano numa área tão extensa como a que estamos trabalhando”, relata Guilherme.

Propostas alternativas para a realidade da cidade

O trabalho dos professores e alunos aproveita o momento de término do curso a cada semestre e busca também, na medida do possível, prestar serviços à sociedade por meio de propostas que tenham um “pé na realidade” e consigam apontar alternativas para questões da cidade.

Em 2010, o grupo de professores e alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFRJ criou uma alternativa à demolição do Elevado da Perimetral, no Centro do Rio.

Segundo a proposta, o viaduto continuaria de pé e serviria de base para a circulação de um trem que ligaria os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, passando pela Ilha do Fundão. Movido a energia elétrica, o veículo faria um percurso de 20 quilômetros entre os aeroportos.

Um dos objetivos era fazer com que a Perimetral deixasse de ser um ícone do rodoviarismo, e se transformasse no símbolo de uma cidade que aposta no transporte coletivo. Em determinadas partes, o concreto seria retirado, e o monorail circularia sobre uma estrutura vazada, o que garantiria a passagem da iluminação natural. Além disso, seriam criados jardins suspensos em alguns pontos do viaduto.

Uma solução economicamente viável e mais em conta do que a demolição, prevista pela Prefeitura, no cronograma de obras para a região.

A cada semestre, novas discussões e olhares

Crédito: Ascom Sonia Rabello
Os debates são sempre retomados, a cada período, questionando as premissas dos semestres anteriores e abrindo espaço para novas ideias para o Porto.

Atualmente, os alunos dedicam-se a pensar a grande escala da região portuária como um todo, enfrentando o desafio de tratar a dimensão territorial de forma global, ao contrário de períodos anteriores em que os trabalhos eram setorizados e as ações pontuais fomentadas.

A questão da paisagem, segundo a professora de Projeto Paisagístico, Ivete Farah, tem sido trabalhada não somente localmente, mas também por meio de articulações do sítio com a estrutura maior do projeto.

“Trabalhamos sempre em função da ideia do sistema dos espaços livres, e como isso é articulado com a cidade. Fazemos um grande esforço de priorizar a questão ambiental, considerando a água e a estrutura verde como bases fortes do projeto urbanístico”, afirma.

Serviço:

Exposição “Área Portuária em transformação – olhar alternativo”
Abertura: 19/09/2011 às 18h30
Duração: 19 a 30 de setembro de 2011
Endereço: Saguão José do Patrocínio do Palácio Pedro Ernesto
Câmara Municipal do Rio de Janeiro – Praça Floriano, s/nº
Cinelândia – Rio de Janeiro


Veja mais sobre a programação aqui.



Confira ainda sobre a exposição neste vídeo feito em sala de aula, com o professor Cristóvão Duarte :






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