Foi comovente e também uma lição que precisamos aprender, para que a punição, se vier, não se concentre apenas, e eventualmente, na exoneração de um ou outro político de plantão.
Perguntamos: tanto alerta e tanto dinheiro, o que há com o sistema que não funciona?
O bairro de Santa Teresa foi protegido por uma APA (Área de Proteção Ambiental), desde 1984, por meio da Lei Municipal 495.
Um ano depois, essa lei foi regulamentada, mas sem delimitar as áreas não edificáveis, nem o plano de “obra de proteção das encostas nos morros da APA”, como dispõe o seu artigo 4º.
Um ano depois, essa lei foi regulamentada, mas sem delimitar as áreas não edificáveis, nem o plano de “obra de proteção das encostas nos morros da APA”, como dispõe o seu artigo 4º.
Desde então, esta é a norma que rege urbanisticamente o bairro.
Em 1992, foi aprovado o Plano Diretor (PD) da Cidade do Rio que criou, oficialmente as APACs (Áreas de Proteção do Ambiental e Cultural). Estas são definidas, pelo próprio PD de 92, como áreas que apresentam “relevante interesse cultural e características paisagísticas notáveis, cuja ocupação deve ser compatível com a valorização e proteção de sua paisagem e do seu ambiente urbano e com a preservação de seus conjuntos urbanos”.
Assim, Santa Teresa se tornou, para todos os cariocas, para nossa felicidade, não só uma APA ambiental, como também uma área de proteção cultural, pelo seu conjunto e paisagem urbanos.
Assim, Santa Teresa se tornou, para todos os cariocas, para nossa felicidade, não só uma APA ambiental, como também uma área de proteção cultural, pelo seu conjunto e paisagem urbanos.
Em 2000, a Lei Federal 9985 – lei que trata de Unidades de Conservação –, no seu art.14 Par5º, determinou que essas Unidades de Conservação, federais, estaduais ou municipais, tivessem Conselhos Gestores, que garantiriam a participação efetiva da sociedade civil, que é a melhor guardiã dos interesses coletivos.
Santa Teresa tornou-se área de preservação ambiental há mais de 25 anos, e espera, há pelo menos 11 anos, pela criação de seu Conselho Gestor.
O bairro tem inúmeros bens de interesse cultural, a começar pelo Convento de Santa Teresa, tombado pelo IPHAN em 1938, passando pelo tombamento de seus bondinhos pelo Estado, sendo também uma área de proteção ambiental e cultural, com tutela municipal.
O bairro tem uma Associação de Moradores combativa, que luta pela administração racional desse patrimônio ambiental e cultural da cidade, patrimônio este que se esvai pela falta de articulação, pela desídia, pela falta de planejamento e compromisso com os serviços públicos do bairro, por parte do serviço público em geral.
Constata-se, assim, que a tragédia com bondinho é a ponta de um “iceberg”. Mas que sirva, ao menos, como alerta para nos levar mais além desse fato lamentável.
Constata-se, assim, que a tragédia com bondinho é a ponta de um “iceberg”. Mas que sirva, ao menos, como alerta para nos levar mais além desse fato lamentável.
Urgem providências públicas imprescindíveis para a conservação e preservação do bairro.
É necessário o compromisso da administração pública federal, estadual e, especialmente, da administração municipal com um planejamento participativo do bairro, com a eficiência e conservação de serviços e equipamentos públicos urbanos, e com a boa gestão de seus recursos urbanísticos, ambientais e culturais.
Ao luto, deverá suceder a ação ampla dos responsáveis públicos pelo bairro de Santa Teresa, que é um notável patrimônio cultural e ambiental da cidade do Rio.
É necessário o compromisso da administração pública federal, estadual e, especialmente, da administração municipal com um planejamento participativo do bairro, com a eficiência e conservação de serviços e equipamentos públicos urbanos, e com a boa gestão de seus recursos urbanísticos, ambientais e culturais.
Ao luto, deverá suceder a ação ampla dos responsáveis públicos pelo bairro de Santa Teresa, que é um notável patrimônio cultural e ambiental da cidade do Rio.
Veja, em anexo, um pouco da história e de alguns bens culturais do bairro.
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