sexta-feira, 29 de junho de 2012

Semana na Câmara - 25 a 29/06

Esta semana, o Plenário da Câmara de Vereadores do Rio entrou em recesso parlamentar até o mês de agosto.

No vídeo abaixo, faço um breve resumo das sessões e dos projetos aprovados, entre eles dois empréstimos, um de US$ 16 milhões e outro de R$ 1 bilhão, que comprometem os futuros governos do município.

Outro destaque foi o adiamento das exceções urbanísticas para o terreno do BNDES, na Avenida República do Paraguai, no Centro da cidade, e do Centro Cultural, na Rua Visconde de Caravelas, em Botafogo.

Confiram o vídeo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Maracanã e a Praça Nossa Senhora da Paz: destombados de fato?

Em ambos os casos, os governos estadual  e municipal, respectivamente, evitaram, ou estão evitando o vexame do destombamento, desses bens. Porém, é possível que aprovem, no caso da Praça Nossa Senhora da Paz, sua destruição mesmo sem destombá-la, como fizeram com o Maracanã, ao aprovarem uma obra que descaracterizou totalmente o maravilhoso estádio. O que virá depois, pode não ser ruim, mas, certamente, não será o mesmo.

Os responsáveis pelas obras da Linha 4 do Metrô disseram que, para construir a estação de Ipanema, terão que destruir o que hoje é Praça N.Sa. da Paz, abatendo a quase totalidade de suas árvores para, quiçá, reconduzir as sobreviventes ao local. E mais, durante as obras, previstas para um período de cerca de quatro anos, o espaço ficará no limbo. É que para construir essa estação será necessário cavar um enorme buraco: uma obra a “céu aberto”, para depois se “reconstruir” a praça tombada!  

É mais ou menos a mesma história ocorrido com o Maracanã: embora tombado, o então superintendente do IPHAN inventou uma nova teoria, pela qual se poderia descaracterizá-lo, sem destombá-lo, evitando-se, assim, o ônus do destombamento, mas com igual consequência destrutiva.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Metrô do Rio: contradições governamentais

No último domingo, o subsecretário da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Vieira, disse publicamente que seria possível a avaliação de um novo estudo para o projeto de instalação de uma nova estação do metrô na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.

Para surpresa de todos, dois dias após o "compromisso" assumido, é anunciada a concessão da licença de instalação da nova "linha 4" do Metrô do Rio.

Como dissemos no post de ontem, surpresa é o termo, já que ninguém sabia nada sobre a licença de instalação, nem mesmo o Município do Rio, aparentemente.

Confira a declaração do subsecretário:

terça-feira, 26 de junho de 2012

Metrô do Rio: pressa na licença de instalação

Anunciada, ontem, pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente, a concessão da licença de instalação da nova "linha 4" do Metrô do Rio.  Surpresa, é o termo, já que a licença prévia foi motivo de grande mobilização popular, na cidade, por meio do movimento social "Metrô que o Rio precisa", e ninguém sabia nada sobre a licença de instalação, nem mesmo o Município do Rio, aparentemente.

A anunciada licença de instalação, que autoriza o início das obras, foi concedida dois dias antes do julgamento de recurso que contesta a licitude do EIA-Rima, marcado para amanhã, dia 27, no Tribunal de Justiça. Trata-se de recurso proposto pelo Ministério Público Estadual, que pede liminar contra as obras, por apontar sérias irregularidades no relatório de impacto ambiental da obra (EIA-Rima), e portanto, questionava a própria concessão de licença prévia.

Coincidências à parte, fato é que a surpreendente licença de instalação, concedida dois dias antes do julgamento, ou  toma o julgamento como "favas contadas", ou coloca mais um dado de irreversibilidade na situação fática do EIA-Rima, o que, sem dúvida, pode impactar o julgamento da questão.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Lugo, o impeachment, e as eleições parlamentares municipais brasileiras de 2012


Sabe quem destituiu o ex Presidente Lugo, do Paraguai? O parlamento paraguaio.

Sabemos, no Rio, quais são os principais candidatos ao parlamento municipal da Cidade?  Claro que não.  Informação dificílima de conseguir.

No entanto, são os parlamentares da Cidade que, além de legislarem sobre todos os interesses urbanos e coletivos, podem também exercer o controle político máximo sobre o prefeito, chefe do Executivo, por crimes políticos, destituindo-o do poder, pelo processo parlamentar de impeachment.  Improvável?  Sim.  Impossível? Não.  

Porém, nestes últimos dias quando têm acontecido as convenções partidárias, para aprovação das indicações para os cargos eletivos municipais de prefeito e de vereadores, muito se noticia sobre os candidatos à Prefeitura, e nada se sabe sobre os candidatos a vereadores. 


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Parque do Flamengo deve ser salvo!

Parque do Flamengo, recuperado para a Cidade, é uma meta para nós, e uma dívida da Prefeitura para com os cidadãos do Rio.

Muro da exclusão-  População sem acesso à Marina da Glória

Há dez anos a Prefeitura vem permitindo a "apropriação" privada de uma das partes mais bonitas do Parque: a área denominada Marina da Glória.

Neste ano, foi a única área do Parque que se não recebeu a Cúpula dos Povos, embora seja a área mais apta a isso, já que recebe inúmeros eventos, e já anuncia receber, em setembro, mais uma vez, o evento de motocicletas Harley-Davidson !

Há tanto tempo cercada, faz com que uma criança, que tenha dez anos de idade, e frequente o Parque, pense que aquele pedaço de terra é algum clube particular.  Não é, mas funciona com tal.

É essa a estratégia:  levar tempo suficiente para que as pessoas esqueçam do que aquela parte do Parque realmente é: um pedaço de um Parque Público, indivisível, insusceptível de apropriação privada.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Área de Proteção Ambiental destruída durante a Rio +20

Está ocorrendo agora, no Rio de Janeiro, no bairro das Laranjeiras.  Vejam as fotos tiradas hoje pela manhã







Os moradores do bairro contestam, em ação popular, a ocupação da área de proteção ambiental, a APA de São José, criada pela Lei 1.769/91.

Denunciamos a devastação que está ocorrendo, aproveitando-se das distraídas festas da Rio +20.  Fizemos a denúncia, por ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e à Patrulha Ambiental do Município: Protocolo da denúncia: RIO 195.5408-2


A foto de 1 dia atrás era esta: 


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Semana na Câmara: mais empréstimos para o Rio?

A semana na Câmara de Vereadores foi curta: expediente só na segunda e na terça-feira e, Plenário, só ontem.  Isso tudo por conta do ponto facultativo para os órgãos públicos, decretado em função da Rio +20 que, segundo os jornais, não vai ser de nem de avanços ou de compromissos concretos.

Uma pena. Festa bonita, para aqueles que têm acesso à ela.

Na Câmara continuou em pauta, para votação, o projeto de lei do BNDES, que pretende modificar para si, a regra geral de proteção de uma parte do corredor cultural, com a finalidade de construir mais um novo prédio, ao lado do existente.

Também em pauta mais um projeto de exceção, esse dirigido à empresa cinematográfica da família Barreto, em Botafogo. Talvez, por discrição, já que estamos no meio da Rio +20, nenhum desses projetos foi votado.

Virão na pauta da próxima terça, com emendas que tentam "salvar" o injustificável!  Falaremos delas em breve.

Porém, vale destacar que ontem, foi colocado em votação um projeto de lei (decreto legislativo), que autorizava a Prefeitura a contrair empréstimo de cerca de R$ 32 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

A matéria passaria sem problemas, como é comum, no Legislativo. Porém, decidi discutir o por quê do empréstimo, já que a Prefeitura tem tido uma excelente arrecadação!

A finalidade do empréstimo, que seria a "gestão" nas áreas de Educação e Saúde, ainda que nobres, não justificam, ao meu ver, a necessidade inafastável de se comprometer as receitas municipais futuras!


terça-feira, 19 de junho de 2012

Cúpula dos Povos: um projeto antecipatório na política

A Rede Global de Educação Ambiental recebeu ontem a visita de Marina Silva na tenda 17, da Cúpula dos Povos.  Em sua fala, Marina comoveu a platéia, destacando os seguintes pontos:

" Há uma crise no mundo: crise civilizatória, climática, de contaminação de águas, de poluição do ar, mas sobretudo, uma crise política e de valores éticos (...).  A política deixou de ter e ser uma visão antecipatória do futuro, e virou uma disputa de poder por poder. (...) É guiada por uma ética de circunstâncias, pela qual as posições e opiniões mudam segundo o momento e as conveniências.(...)"

Nesta linha, "os recursos ambientais, construídos ao longo de milhares de anos, vem sendo destruídos, para o lucro de alguns em apenas algumas décadas.  Na Amazônia, 18% da Floresta já foi destruída, mas a região ainda é responsável por 20% da água doce do planeta, que jogada nos oceanos, viabiliza a vida nas águas, equilibrando sua salinidade."

"O objetivo é construir, na diversidade de olhares, a comunidade do pensamento da sustentabilidade: ética, estética, ambiental, cultural...  A ética é a base de tudo."


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cúpula dos Povos: mulheres na Rio +20

Na Rio +20 estamos dando destaque, sobretudo, aos movimentos populares.  E, hoje, uma imensa passeata aconteceu no centro do Rio: a Marcha das Mulheres, contra a mercantilização do corpo, o racismo e o terrorismo, pela economia sustentável e a ampliação da lei Maria da Penha, entre outros. 

O movimento partiu do Parque do Flamengo, onde está concentrada a Cúpula dos Povos, até o Largo da Carioca, no Centro, onde, ao longo das ruas, a ele se juntaram cerca de cinco mil pessoas de várias nacionalidades.

A Marcha das Mulheres obteve êxito, com certeza, em um ponto: a visibilidade. Não eram poucos os curiosos que paravam para observar e se unir à caminhada, na luta por um mundo mais igualitário.

Juntaram-se às mulheres muitos jovens e representantes de movimentos sociais de todo o país.

É o movimento ambiental sustentável fazendo a ponte com outros movimentos da sociedade civil.

Confiram as fotos.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

RIO +20 começa e a luta continua...

É nossa esperança que o início da Rio +20 dê apoio às ações de preservação na Cidade do Rio, sobretudo depois que ela acabar.

Só nesta semana, paralelo ao evento oficial, houve, no "Rio+20 real", movimentos super importantes que lutam pela preservação de áreas da Cidade: a manutenção da Praça Nossa Senhora da Paz, para a qual fizemos uma petição contra o seu destombamento, a manutenção da Mata Atlântica em Deodoro, o movimento contra a demolição do histórico Quartel Central da Polícia Militar, no Centro do Rio.  

Enquanto isso, na Rio+20 oficial, a visão do monumento tombado - o Forte Copacabana - ficou encoberta pelas enormes estruturas de andaimes!

Forte de Copacabana

Após a Rio +20, esperamos também que haja uma recuperação do Parque do Flamengo, pois, durante o evento, a sua  área, que é também tombada, está sendo ocupada como se se tratasse de um mero aterro (como é vulgarmente chamado), e não como uma preciosa unidade de conservação.(Veja mais fotos aqui)

Parque do Flamengo, mais uma vez ocupado
E, o mais espantoso, é que a única área já degradada do Parque, e que é usada para eventos e festas - a área pública da Marina da Glória - foi excluída da ocupação pela Cúpula dos Povos.  

Segundo informação da assessoria de comunicação do evento, a autorização para seu uso não foi concedida. Quem não autorizou? O novo dono desta área do parque público? A MGX?

É que na prática, a teoria é outra.

Que a forte mobilização do evento restabeleça um apoio real da sociedade às políticas de preservação do nosso patrimônio ambiental e cultural.

Confira mais registros da ocupação do Parque do Flamengo:


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Táxis no Rio: compra e venda sem licitação

Foi inserido, ontem, na pauta ordinária da Câmara de Vereadores, e votado,  um projeto de lei que volta a autorizar que as permissões de táxis na Cidade sejam vendidas por seus permissionários, e herdadas por seus familiares.

A disputa por permissões para táxis no Rio envolve centenas de milhões de reais, para quem as têm, óbvio. Com a aprovação da lei, ontem, quem está fica, quem não está não entra mais, salvo se comprar, por preço de mercado, daquele que as têm nas mãos.

Fui a única vereadora que tentou ponderar, em plenário, que os táxis, como serviço público, conforme previsto no art.12 da Lei de Mobilidade Urbana recém-aprovada, têm que se submeter ao princípio licitatório, a cada vez que o Poder Público os concede a alguém.

A lei aprovada ontem restabelece uma forma de titularidade permanente, e negociável, dos permissionários atuais deste serviço público que, além de manter as sua permissões - o que é legítimo - poderão, pela proposta legislativa, vendê-las a terceiros, e deixá-las em herança. Ou seja, negociar no mercado, as permissões de serviço público, pelo preço que lhes aprouver!

É claro que os discursos, até da chamada esquerda, foram no sentido de proteção dos trabalhadores! Quais trabalhadores?  Os que têm as permissões e, por isso, já estão protegidos?  E os que estão fora? Só entrarão as comprando daqueles que resolverem vender a permissão pública?

Mas, o mais espantoso é que este posicionamento dos "defensores" dos trabalhadores deixa de fora todos os cidadãos que querem ter a chance de concorrer para entrar nesse mercado de trabalho, e cuja melhor chance seria por meio de licitações públicas periódicas, promovidas pelo Poder Público, como o fazem, atualmente, algumas cidades brasileiras, como Belo Horizonte.

Afinal, licitar os prestadores dos serviços públicos é uma das grandes conquistas democráticas da Constituição de 1988, no seu art.175.  Ou não?

Na votação, meu voto contra ao projeto de lei, único no Plenário, foi a expressão desta minha posição, que considero justa e democrática.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Autódromo na Mata Atlântica em Deodoro?

Seria esse o presente que a Prefeitura quer dar à cidade-sede do evento da Rio +20? Um novo autódromo dentro da Mata Atlântica, em plena recuperação?

Crédito: Ana Carolina Marques
Ontem, o Conselho Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio (CONSEMAC) foi surpreendido com o comunicado de que o órgão estadual de meio ambiente do Estado do Rio (INEA) já havia concedido, desde outubro de 2011, ao Ministério dos Esportes, a licença prévia para a instalação do novo autódromo da cidade, em área de Mata Atlântica Federal, sob a tutela do Exército (em Deodoro, no Rio).

E mais: para tanto dispensou o EIA-Rima para tal empreendimento!

O impressionante nisso tudo é que o CONSEMAC, através do seu presidente ( e vice-prefeito da Cidade), havia, desde o ano passado, solicitado informações ao INEA sobre eventuais licenças, não tendo recebido nenhuma resposta!

A licença, e sua publicação no Diário Oficial do Estado, só foi comunicada ao vice-prefeito e ao CONSEMAC, após ter este feito estudos sobre a localização proposta para o novo autódromo na área de Mata Atlântica e constatado a sua absoluta inconveniência.

E, para não inviabilizar o empreendimento, sugeriu outro terreno,  a um quilômetro de distância do local proposto, também de propriedade do governo federal sob a tutela do Exército, que, por estar degradado, não possui vegetação a ser preservada.

Em razão desses estudos, o CONSEMAC aprovou, há dois meses, uma indicação que, até a sua reunião de ontem, não havia sido publicada. E, ontem, em função da surpreendente notícia do licenciamento, pelo Estado, sem EIA-Rima, foi votada sua não publicação.

Todos os representantes da prefeitura no conselho acabaram por votar contra a publicação da indicação, embora esta continue valendo, pois sua revogação não foi votada.

Pelo fato de a indicação continuar valendo, e não ser publicada no Diário Oficial do Executivo, solicitei, ontem, em Plenário, que ela fosse publicada no Diário da Câmara, onde, a partir hoje, já pode ser conhecida por todos os cidadãos. (Confira o discurso e a publicação no DCMRJ)

A sorte da população, que acredita que a cidade-sede da Rio +20 quer realmente que as políticas ambientais sejam para valer, e não só para "inglês ver", é que o Ministério Público Estadual já abriu Inquérito Civil (nº 6886) para apurar este verdadeiro escândalo ambiental. E, no dia 6 de junho, já procedeu uma inspeção no local.

Ali, o que foi visto, é que no coração da zona norte do Rio, um novo parque Atlântico já renasce das cinzas dos mosquetes.

Afinal, a população da área merece, e nós também.

Confira mais registros da visita do nosso gabinete desta área da Mata Atlântica, aqui.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Perimetral: alternativas à demolição

A demolição do viaduto da Avenida Perimetral, no Rio de Janeiro, foi objeto de debate, ontem na Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ).  Pela primeira vez, um tema de tal relevância foi objeto de uma discussão técnica.

A unanimidade das vozes lá presentes foi contra a a demolição dessa obra de engenharia viária de grande porte feita, há menos de cinquenta anos, com recursos públicos significativos.

Ficou certo que pontos de vista estéticos não justificam a demolição do viaduto da Perimetral, cujo papel é estruturante no sistema viário da cidade do Rio e de sua Região Metropolitana.

A demolição da Perimetral, que tem, repito, pouco menos de 50 anos, e que produzirá um enorme volume resíduos, será apenas para trocar quatro vias rodoviárias por duas outras, sem qualquer atenção ao transporte metroviário ou coletivo de massa.

No debate, foram apresentados estudos para melhoria da ambiência do atual viaduto da Perimetral, mas que se encontram desprezados. Também não estão sendo considerados estudos acadêmicos sobre o aproveitamento de suas estruturas para a implantação do transporte sobre trilhos.

Chegou-se a conclusão que ninguém conhece e nem teve acesso a qualquer projeto executivo da proposta de demolição da Perimetral, de como serão executadas as obras viárias, de quanto serão seus custos para a população ou de como será feita a proteção dos monumentos que circundam a área, a exemplo do altivo Mosteiro de São Bento (sofreria ele impactos e abalos?).

Assim, qualquer decisão de demolição da nossa Perimetral é, sem dúvida, açodada e autoritária, pois ainda não foi lhe dado nem respaldo técnico, nem social.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Parque do Flamengo: investimento público, apropriação privada!


É isto a sustentabilidade?

Lá, no coração do Parque do Flamengo, aonde vão se desenvolver as reuniões da Cúpula dos Povos pela Rio +20, o espaço público e o acesso ao mar (Baía de Guanabara) é objeto de luta, na Justiça Federal, pela sua manutenção como espaço público, contra sua paulatina privatização.

Há cerca de apenas uma semana, o Ministério Público Federal propôs mais uma ação na Justiça Federal do Rio, contra a MGX (leia-se Eike Batista), para que a empresa “restitua à finalidade pública do Parque do Flamengo, especificamente no que se refere ao acesso público, a área da Marina da Glória” (...). 

Segundo o inquérito civil, mencionado na ação civil pública proposta, várias partes do Parque foram fechadas com portões e cadeados, vedando o acesso ao mar por parte da população, e pelos frequentadores do Parque.

Confira os pedidos do Ministério Público Federal, na ação proposta em 23 de maio de 2012:

“1. Retirada de cadeado do portão de acesso à rampa, situada na Enseada do Calabouço, nas proximidades do Clube Náutico Santa Luzia, permitindo acesso público irrestrito de pedestres e barcos no local;

2.  liberação do portão de ferro, situado na escada situada em uma interrupção do muro de contenção do aterro, nas proximidades do Monumento aos Pracinhas, permitindo acesso irrestrito de pedestres e barcos no local;

3. liberação do acesso do público à partir da Administração da Marina da Glória;

4. liberação do acesso ao público à Praia do Flamengo e ao portão principal da Marina da Glória, com a retirada de cerca implantada no local;

5.  retirada da cisterna, do alargamento do píer em trecho próximo a ela e das estacas implantadas no espelho d´água em 2007, com a liberação do acesso público ao mar, possibilitando o uso do trecho em que se encontram para treino e competições de remo”

Ou seja, o Parque do Flamengo sendo privatizado nas nossas barbas...

Investimento público, apropriação privada: é isto a sustentabilidade?



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quando a Justiça Estadual socorre os doentes no Rio

Na madrugada de ontem, os pacientes de saúde no Rio receberam, da Justiça Estadual, uma dose extraordinária de soro vital. É que o Juiz plantonista, Dr. Daniel Vargas, acolheu pedido liminar do Ministério Público Estadual, feito através da sua Coordenadoria de Tutela de Interesse Coletivo de Saúde, para proteção da continuidade dos serviços do Hospital Central do IASERJ.

A absurda história de interrupção dos serviços de saúde do Hospital Central público do IASERJ tomou contornos dramáticos, na última semana, quando o Secretário de Saúde do Estado Sérgio Cortes comunicou à direção do Hospital sua “autorização” para paralisação dos serviços ambulatoriais daquele hospital. 

Deste então, e sem qualquer outro comunicado ou planejamento, aquele hospital público vinha sendo ameaçado de fechamento imediato, independentemente de qualquer outra providência preventiva de garantia continuidade daqueles serviços públicos essenciais, por parte das autoridades estaduais de saúde.

O desespero era total: dos médicos e profissionais de saúde que lá atendem, dos pacientes, dos familiares.  Do outro lado, indiferença do governo estadual, que havia decidido fechar mais um hospital público.

Na tarde de terça-feira, dia 5 de maio, apresentei, como vereadora, à Coordenadoria de Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado, requerimento denunciando o perigo iminente de dano à saúde pública, solicitando providências imediatas deste órgão.

A Coordenadoria de Tutela Coletiva de Saúde do Ministério Público (MPE), não titubeou em agir. No dia seguinte, quarta-feira, fez uma inspeção pessoal no Hospital Central e, naquela mesma noite, impetrou ação civil pública, com pedido liminar.

A eficiência do MPE resultou em uma sentença judicial que este blog tem orgulho em reproduzir, aqui.

Quando se encontra ações efetivas e eficientes em prol da garantia de saúde pública no Rio, podemos ter esperanças, sabendo que nem tudo está perdido! 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Por que um site novo?

Hoje estamos estreando um novo formato do velho site www.soniarabello.com.br.

Alguns que frequentam este nosso blog podem estar se perguntando: por que um site, se já temos o blog?

O site é, para mim, um espaço de armazenamento de informações, que podem ser úteis.  Os dois focos são: o direito público, e a cidade.  Não só a cidade do Rio, onde sou vereadora há 1 ano e 4 meses, mas cidades em geral.  

terça-feira, 5 de junho de 2012

Quartel General da Polícia Militar no Rio: nosso patrimônio

A promessa de venda, pelo Estado do Rio de Janeiro, do Quartel General da Polícia Militar na Rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio, criou uma unanimidade entre a sociedade civil e a corporação militar: ambos são contra esta determinação personalíssima do Governador do Estado.

Ontem, na  Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ), houve uma amplo debate acerca do assunto, onde a voz uníssona foi no sentido de que aquele prédio constitui patrimônio histórico da Cidade. Um patrimônio não só da corporação militar, mas de todos nós.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dinheiro para financiar a cidade de São Paulo


Aconteceu no sábado, em São Paulo, uma série palestras na Escola da Fundação Getúlio Vargas, para jornalistas, acerca da recuperação de mais valias urbanas naquela cidade.

O que acontece em São Paulo, a partir de 2002, quando foi aprovado o Plano Diretor daquela cidade, é um paulatino incremento do financiamento das obras públicas na cidade, através do pagamento da Outorga Onerosa para construção à prefeitura, e do recolhimento de verbas pela negociação de Certificados Adicionais de Potencial Construtivo – CEPAC – em áreas objeto de Operações Urbanas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sítios arqueológicos no Porto do Rio: revelados, enterrados ou implodidos?


Futuro prédio do BC
Pouco sabemos, ainda, sobre essa riqueza nessa área do Rio. 

Inesperado? Não para todos. O Banco Central do Brasil, que constrói na área, sabe que em seu terreno foi achado importante sítio arqueológico, que ainda não foi revelado ao público.

A existência do sítio arqueológico no terreno do Banco Central não foi nem mesmo esclarecido ao vereadores do Rio.