segunda-feira, 5 de abril de 2010

A COPA DE 2014 E A RESPONSABILIDADE DOS GOVERNANTES

Futebol faz tremer os corações dos brasileiros, e a Copa de 2014 vai fazer subir a pressão arterial geral a níveis inimagináveis.

Mas, com toda essa promessa de adrenalina será que não devemos nos preocupar quanto vai custar tudo isso? Ou isso é exagero, coisa de “estraga prazeres” (...). Deixaremos prá lá?

Quem vai pagar nós já sabemos. Podemos ter certeza, embora, no começo, a CBF tenha dito que tudo iria ser bancado por parcerias público-privadas ! Neste caso, o público gasta, e o privado (nós) pagamos a conta (...). Era esse o sentido da expressão!

Mas, para Copa de 2014, além de obras públicas nas cidades -“coisinhas bobas” -, estádios de futebol nos padrões que a entidade internacional – a FIFA – exige, serão necessários. Reformas em quase uma dezena deles estão previstas.
Como os estádios, em sua maioria, são públicos, e o dinheiro para as obras também, para contratar as obras será preciso ter planos e projetos detalhados, orçamentos, e processo de escolha público e impessoal (chamado de licitação) para contratação, e finalização deste equipamentos esportivos.

Tudo isto já está atrasado, fora do prazo. Preocupação? Não para os governantes. É que um atraso maior fará acontecer uma justificativa legal para se dispensar a licitação - o tal processo público, aberto e impessoal de escolha do realizador da obra.
Assim, por "urgência", empresas serão escolhidas e contratadas diretamente pelo governante, a preços especiais, também emergenciais, para que se garanta a entrega da obra e a realização do grande evento. Afinal, o compromisso internacional tem que ser cumprido, e não se pode causar frustração popular.
Está tudo assim combinado, conscientemente, ou pela incompetência de organização administrativa!

Algo tem que ser mudado no sistema de responsabilidade pública. As promessas políticas têm que ser acompanhadas pela responsabilidade de sua realização, conforme os projetos e orçamentos pré-determinados. E, se demorar, se não se cumprir, a responsabilidade terá que ser pessoal, daqueles que prometeram, que se comprometeram, e não cumpriram.
A volta da responsabilização pessoal do governante, no âmbito da atividade pública, é fator essencial para sanear as promessas enganosas às custas do nosso bolso, mas certamente com lucros de uns poucos.

Mas sem lei isto é impossível de se exigir e de fazer acontecer!

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