segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cidades Verdes: só planejando!











A 2ª. Conferência Cidades Verdes foi realizada no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27 de janeiro. O evento contou com a participação 23 conferencistas do cenário ambiental urbano nacional e internacional.

Fundamentalmente, discutiu-se os megaeventos: Copa 2014 e Olimpíadas 2016.

No primeiro dia do encontro foram analisados os legados dos grandes eventos do passado para as cidades que os sediaram: Rio 92 e os Jogos Pan-Americanos, no Rio, e as Olimpíadas, na China e em Barcelona.

Também foram temas dos debates do primeiro dia do encontro as relações supranacional, nacional e local; as atribuições da Empresa Olímpica Municipal na integração das ações das instâncias envolvidas na preparação das Olimpíadas de 2016, e a real sustentabilidade dos eventos programados para os próximos anos.

Foi o Prof. Carlos Vainer (IPPUR) quem chamou, especialmente, a atenção para o estado de exceção criado pelos megaeventos, que fazem dessa exceção uma regra, onde tudo pode ser negociado.  Este é um aspecto absolutamente relevante. 

Porém, os megaeventos são fatos, que passam a justificar regras de exceção, numa cidade que requer um planejamento para o cotidiano.

O conferencista Dan Epstein relatou sua experiência em Londres, destacando os aspectos menos glamourosos dos eventos como a extrapolação de orçamentos, e a ausência de legado real em benefício das classes menos favorecidas, sem contar o gasto excessivo com o deslocamento de pessoal e negócios.

Ricardo Neves destacou a necessidade de se repensar a mobilidade da cidade do Rio de Janeiro, e citou como boa medida o exemplo do prefeito de Berlim que está reduzindo a frota local de carros. Mas isto, evidente, requer muito, muito planejamento do sistema de transporte.  Um planejamento de médio e longo prazos, por equipes técnicas permanentes.

A pergunta é: será que até 2016 o planejamento da Cidade do Rio será de exceção?  Tudo excetuado em função da Copa e Olimpíadas?  E, depois, nos dias seguintes?

No segundo dia do encontro, com a presença de Fernando Gabeira, os debates giraram em torno da questão dos efeitos e a necessidade de prevenção do aquecimento global. O processo de reconstrução das economias de Friburgo e Teresópolis após as chuvas de 2011 foi debatido, com ênfase no aspecto crucial da falta de moradias para os desabrigados.

Os novos conceitos de defesa civil, e as inovações urbanas, com o objetivo de mitigar os efeitos das mudanças climáticas também estiveram na pauta de discussões, bem como o impacto das emissões de gases de efeito estufa emitidos pela CSA sobre do Rio de Janeiro, e a sugestão do reflorestamento do Maciço da Pedra Branca e da área de Sepetiba como medida mitigadora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo este resumo da Conferência. Senti falta no evento da discussão da região da Baía de Ilha Grande, que vem sofrendo grandes impactos. Gostaria de saber se os problemas provocados pela CSA foram sanados pois, aquela poluição não pode continuar. Muito boa a observação do Vainer, aliás não se pensa a qualidade de vida cotidiana na cidade o que se faz é planejar os eventos

Sonia Rabello disse...

Os problemas da CSA não foram ainda sanados. Há processo. Qualquer novidade publicaremos.