terça-feira, 17 de maio de 2011

À espera de um resgate – Parte II


Entrevista exclusiva

Hospital escola mais antigo do Rio aguarda atenção do poder público


(Leia aqui a Parte I desta entrevista)

Humanização no atendimento e empenho dobrado

Mesmo diante de tantos problemas, a Direção do Hospital São Francisco de Assis tem conseguido driblar alguns obstáculos. Realizando um intenso trabalho de incentivo de seus funcionários, o hospital continua oferecendo serviços de atendimento de qualidade. “Todos nós temos uma responsabilidade e, mesmo com as dificuldades, temos que primar pelos serviços prestados”, destaca a Vice-Diretora, Maria Catarina Salvador da Motta.

“Se por um lado a estrutura não é das melhores, de outro, os profissionais de Saúde que aqui trabalham estão altamente empenhados. O atendimento acaba sendo diferenciado. Temos conhecimento de pacientes que se tratam no Hesfa há mais de 20 anos”, acrescenta.

Além da precariedade da estrutura física, Maria Catarina Salvador da Motta relata outra dificuldade enfrentada - que não é privilégio do Hesfa - e que diz respeito ao material permanente. Segundo ela, existe verba para a compra de material de consumo ou para a realização de um serviço diário. Entretanto, o mesmo não ocorre com o chamado material permanente.

“Para que se possa comprar, por exemplo, um ar-refrigerado, um armário, ou um equipamento, existe muita dificuldade. (...) Se você perguntar se nós temos dinheiro sobrando, direi que não. Mas tenho um valor que posso contar. Mas, por exemplo, para comprarmos um equipamento para dar aula, não temos recursos, não temos rubrica para isso. Como podemos ter uma atividade de ensino de ponta sem a tecnologia? (...) Se eu precisar comprar um medicamento novo, um insumo novo, consigo fazê-lo. Mas, no caso de um aparelho de pressão, não”, afirma.

Novo plano promove a interação das atividades

Quando indagada sobre a opinião de alguns (docentes ou não) de que, até pouco tempo, “nada acontecia” no Hesfa, a Vice-Diretora explica que a situação vem mudando desde o início de gestão da qual participa.

A disposição arquitetônica do hospital em blocos não favorece a interação, o que exigiu um trabalho a mais. “Os serviços eram feitos de maneira fragmentada. As unidades atuais já existiam, mas, em outras épocas, elas replicavam serviços prestados pela UFRJ”, explica.

A Vice-Diretora destaca que hoje existe um plano pedagógico, que já tramitou na universidade, e agora está na Reitoria. Esse plano enfatiza o foco do hospital escola: oferecer à universidade o ensino da atenção primária. “Oferecemos um `produto´ que é necessário ao `cliente´ fazendo com que ele saia do Fundão e venha para cá. O Hesfa está se firmando e concretizando essa linha de trabalho”, diz.

Leia a entrevista com a Vice-Diretora do Hesfa na íntegra aqui.

(Veja amanhã a última parte desta entrevista na qual a Vice-Diretora do Hesfa, Maria Catarina, revela as expectativas para este ano e quais os recursos que podem promover o restauro do hospital)

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