Futuro prédio do BC |
Pouco sabemos, ainda, sobre essa riqueza nessa área do Rio.
Inesperado?
Não para todos. O Banco Central
do Brasil, que constrói na área, sabe que em seu terreno foi achado importante
sítio arqueológico, que ainda não foi revelado ao público.
A existência do sítio arqueológico no terreno do Banco Central
não foi nem mesmo esclarecido ao vereadores do Rio.
Estes, os vereadores, acabaram por aprovar,
ontem, para o local, lei especial para o Banco, permitindo que o prédio que
está construindo no local fosse excetuado da regra geral de altura,
estabelecida para todos os demais. (Confira aqui)
A regra
geral foi estabelecida há anos, em função do projeto SAGAS, para preservação do
local! Uma ironia...
Porém, novos atores entram em ação. Encaminhamos, por ofício nosso, a matéria ao Ministério
Público Federal. E, ontem, ao mesmo tempo
que se aprovava, na Câmara do Rio, a benesse ao construtor - Banco Central - se abria,
no MPF um inquérito para se apurar o assunto.
Hoje, pelos jornais, por coincidência, é anunciado o
início das implosões, nessa mesma área do Porto do Rio, pelo Consórcio Porto
Novo, empreiteira encarregada das perfurações para o questionável túnel do binário, para
viabilizar a também questionável demolição da Perimetral. (Veja aqui)
Será que as anunciadas implosões levarão consigo nosso
patrimônio arqueológico? Quem tem esta
preciosa informação?
O Rio pode ter sua história revelada no Porto do Rio. História que mostra como e por que esta
cidade se tornou a capital de referência no País.
Será que esta história vai ser revelada, como em Roma, ou
será enterrada ou implodida para sempre? Quem são os responsáveis?
Confiram o meu discurso, na Câmara do Rio, criticando os projetos "personalizados"
7 comentários:
LEI No 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961.
Dispõe sôbre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L3924.htm
Estimada Sonia.
Hoje assisti ao noticiário dando conta da implosão para abertura do túnel na Zona Portuária do Rio. Confesso que fiquei muito preocupado pelo fato de que sítios arqueológicos naquela área e que não chegaram a ser estudados pela eficiente equipe da professora e arqueóloga Tania Andrade Lima (Museu Nacional/UFRJ)podem vir a ser destruídos e, com eles, preciosíssimas informações sobre o passado da nossa cidade podem desaparecer para sempre. Uma perda irreparável ao Patrimônio Cultural carioca. O MPRJ também precisa ser notificado sobre essa ameaça.
Parabéns pelo seu belíssimo trabalho à frente da Câmara Municipal do RJ.
Abraços,
CLARINDO
AMIGOS DO PATRIMÔNIO CULTURAL
amigosdopatrimonio@gmail.com
(21) 9765-6038 ou 7399-8339
Obrigada. Estamos fazendo todo o possível para evitarmos um desastre!
Doutora Sonia Rabello,
O silêncio, a falta de posicionamento e de explicação de motivos, por parte das autoridades do executivo, que justifiquem os descalabros amplamente anunciados, para mim, já se configuram como ato sujeito a penalidades legais.
Acho que ainda vale o ditado: "Quem cala consente"!
Não seria injusto comparar o sítio arqueológico carioca com o romano, visto que no Brasil, por ser muito mais recente, é bastante mais vasta a documentação histórica sobre o período?
Dra. Sonia, é triste ver como tratam a memória da cidade. Em outros países, protegem a memória porque é capital valioso. Quem vai ao Rio de Janeiro hoje, nada tem para ver. O Estado está destruindo um tesouro importante que poderia trazer turistas e vida ao centro histórico da cidade. Nem só de vidro e aço vive o carioca. Os turistas estão atrás de heranças culturais. O brasileiro nunca chegará a lugar algum, desprezando a sua memória. Engraçado, na Itália e na Grécia o povo tira dinheiro de 'pedra'. Aqui, todo mundo quer telefone celular, tv a cabo e criado de plantão... E o BNDES que deveria dar o exemplo e observar a lei é o primeiro a desrespeitá-la e usar de influência política para obter vantagens. Chega de privilégios. Isto é uma tristeza. Pelo menos a sra. está fazendo algo pelo futuro do RJ. Obrigado.
Recentemente, o bairro do Leblon mostrou a todos nós, a existência histórica desde o princípio de sua ocupação. É preciso que os técnicos identifiquem toda a área, até a exaustão. Como falou um amigo lá em cima, os nossos sítios arqueológicos não são menos importante que os sítios arqueológicos desde o Império Romano. Precisamos conhecer a nossa história e o nosso passado.
Copacabana não foge da premissa do que foi antes da selvagem ocupação Existem enterrados em várias áreas da praia de Copacabana, canhões e dispositivos de quando era um posto de observação marítima de meados do século XVIII. E deveria ser resgatado e recuperado.
Em tempo: O IPHAH deixou de lado a sua fiscalização quanto aos dois patrimônio cultural, o Copacabana Palace Hotel e o Forte de Copacabana. Tanto um quanto o outro, estão sendo descaracterizados. É hora de alguém, falar com os técnicos que tombaram essas duas instituições.
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