quinta-feira, 21 de junho de 2012

Área de Proteção Ambiental destruída durante a Rio +20

Está ocorrendo agora, no Rio de Janeiro, no bairro das Laranjeiras.  Vejam as fotos tiradas hoje pela manhã







Os moradores do bairro contestam, em ação popular, a ocupação da área de proteção ambiental, a APA de São José, criada pela Lei 1.769/91.

Denunciamos a devastação que está ocorrendo, aproveitando-se das distraídas festas da Rio +20.  Fizemos a denúncia, por ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e à Patrulha Ambiental do Município: Protocolo da denúncia: RIO 195.5408-2


A foto de 1 dia atrás era esta: 



Eis a denúncia dos moradores:

"Obra aprovada pela Prefeitura para a incorporadora PDG invadir a APA São José
Rua Pereira da Silva, 197 – Laranjeiras

Aos Moradores do Bairro de Laranjeiras e aqueles que estão indignados com o desmonte da APA
São José em curso por detrás do Cenáculo, promovido pela incorporadora paulista PDG que se diz a maior do país, tendo, inclusive, contribuindo para a campanha do Prefeito. Que deu todas as licenças de obras, inclusive a que autorizou o corte de 43 árvores. Aviso que começam as obras.
As máquinas estão no local, atacando a encosta (ver foto), mordendo a APA. Amanhã, segunda-
feira, a destruição será grande e até sexta, no máximo toda a capa de terra será retirada, expondo a
roxa para o corte. Serão desmontados mais de 10.000m³ de terra e rocha, resultando em mais de 4000 caçambas de entulho a serem retiradas por caminhões. Deixando um corte vertical com mais de 10m de altura. Depois da terra retirada e da rocha cortada, será o fato consumado. Mesmo que a justiça diga que estão errados, não terá nada a ser feito de volta na APA. A PDG joga com isso, apoiada pela Prefeitura.

A Ação Popular continua na 8ª Vara de Fazenda (processo nº 0325829-19.2011.8.19. 0001) O juiz
não concedeu a liminar de imediato, mandando ouvir as partes acusadas. Depois de 8 meses A PDG e a Procuradoria do Município responderam, em 400 páginas, através de 2 escritórios de advocacia, tentando justificar o injustificável. Depois de muito negar, assumiram a invasão da APA, dizendo que é só um pouco (mais de 400m²) e a APA é grande, não fazendo falta. É como se dissesse que na Terra tem 7 bilhões de pessoas e só quer matar 400, que não vai fazer falta, depois, para compensar, terá vários filhos.

O advogado que estava cuidando da causa fez a réplica, e saiu do processo. A partir de agora a
defesa fica a cargo do Ministério Público, quem tiver algum conhecimento e queira ajudar, passo mais informações. Alguém tem que acompanhar o processo.

A situação é grave e será irreversível dentro de 10 dias. É impressionante: durante a RIO+20
acontecer esta destruição. Que podemos fazer e logo? Sugiro que alguém divulgue numa tenda ou fórum de debate na RIO+20. Para que os estrangeiros, que nunca viram coisa igual, assistam a uma mata urbana ser destruída e o terreno amputado ao vivo. Ver o exemplo que o Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro dá para o mundo."

Enquanto isto, os jornais do Rio anunciam e proclamam futuras promessas de criação, pela Prefeitura de novos parques e áreas verdes!!!

A realidade diária na Cidade é outra: milhares de árvores sendo destruídas e retiradas a todo pretexto, sob a mentirosa argumentação de replantios e compensações: no Maracanã, na Transcarioca, em Deodoro, na Praça N.S. da Paz, na APARU de Jequiá, no Parque do Flamengo, em Sepetiba, ....

Confira mas registros da destruição aqui.

2 comentários:

Sergius disse...

Usar a lei contra o prefeito e mandá-lo replantar a área sob pena de impeachment.
Ou será que nem a lei, nem o povo mandam mais nada?

Sonia Rabello disse...

Vamos acompanhar, e agir no que for possível.