quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

MARACANÃ: destino incerto, dinheiro certo.

Perplexidade: projetos do Estado e Município para o grande Estádio não se entendem: são contraditórios.  Coincidem apenas em contratar, contratar, e gastar com o que eles denominam de parcerias público-privadas, que nada mais são do que contratos da Administração Pública com empresas privadas para realizar grandes obras!

O jornal O Dia publicou, no dia 01/02/12, matéria sobre o projeto de intervenção urbanística da Prefeitura do Rio na área do entorno do Maracanã. O empreendimento, que custará 110 milhões de reais, de acordo com o esboço divulgado, considera a existência de piscina e pista de atletismo. (confira)


No projeto divulgado o parque aquático é mantido

Nossa perplexidade: no edital do Governo do Estado para o estudo de privatização do complexo do Maracanã, a proposta prevê a destruição – mascarada de “realocação” - da pista de atletismo e do Parque Aquático – cujas obras, na época do PAN, custaram 17 milhões de reais, para serem substituídas por amplo comércio ou por estacionamento de carros.

Conforme o item 1.2.6 do edital há a “possibilidade de realocação da pista de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Júlio Delamare do Complexo do Maracanã para outro terreno em distância não inferior a 5 (cinco) Km da localização atual, levando em consideração o tombamento do Complexo do Maracanã”.

A demolição dos equipamentos já foi prevista, na proposta inicial enviada à FIFA, como parte do compromisso para a adequação aos critérios determinados pela federação. Por conta da necessidade de se ter no estádio uma área destinada a patrocinadores, autoridades, imprensa e convidados VIPS da entidade, o plano estipulava a derrubada do parque aquático e da pista de atletismo para a construção de estacionamento e para que o complexo esportivo fosse entregue nas dimensões solicitadas pela FIFA.

Já no fim de 2009, a então secretária estadual de Esporte, Turismo e Lazer, Márcia Lins, divulgou ao jornal Globoesporte.com a possibilidade de mudança de rumo no projeto por conta da alteração dos recursos para financiar as obras. Segundo ela, o que seria antes financiado por meio de uma "Parceria Público Privada (PPP)", passou a ser por uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que oferece até R$ 400 milhões para cada arena do Mundial no Brasil. Ou seja, dinheiro público. (confira)

Afinal o Estado e o Município, apesar da tão divulgada sintonia na colaboração pela suposta melhoria da cidade, não se entendem sobre o que fazer com o Maracanã, salvo em matéria de gastança de dinheiro. Aliás, se for para privatizar o Maracanã, por que o Município está gastando 110 milhões na construção de passarelas e urbanização do entorno do complexo esportivo? Não deveria ser isso já um encargo para o futuro (e poderoso) concessionário da área?

Copiando um antigo lema de políticos e governos ultraliberais, que dizia que sua função era "my business is business" (meu negócio é negócio), parece que nosso governo local adotou o lema: my City, my business! (minha cidade, meu negócio) 

Os governos estadual e municipal administram os bens públicos como negócios privados, com decisões arbitrárias que defendem interesses estranhos à sociedade carioca.

MUNICIPALIZAÇÃO DO MARACANÃ JÁ!

Vista superior do projeto do entorno do Maracanã

3 comentários:

Osnei Ribeiro disse...

É Vereadora.
Temos de tomar cuidado. Vão acabar derrubando a nossa UERJ. Talvez não façam, mas já devem ter pensado nisso.
Osnei

Caio Marcio Junqueira disse...

Sonia, não sei como a sra. consegue abrir tantas frentes de trabalho importantes de uma vez. Não é à toa que declarou em seu blog que nunca trabalhou tanto. Estou tentando me inspirar em seu exemplo para seguir em frente diante de tantos obstáculos. Neste país a lei existe só para quem não tem amigos e/ou dinheiro. Tudo pode, se souber abordar a pessoa certa. A denúncia destes esquemas acabará tornando público este descaso com a lei. Por isto, lhe agradeço o exemplo inspirador de combatividade e de compromisso com a moral e a ética que nos dá a todos. Quando penso em jogar a toalha, lembro-me do seu trabalho. Isto me dá ânimo para seguir em frente. Obrigado

Sonia Rabello disse...

Obrigada Osnei, pelo seu comentário. Fico feliz também por estar contribuindo para do ânimo de Caio Marcio.