terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

INFORMAÇÃO PARA TRANSFORMAÇÃO


A lição do filme "Patrulha da Montanha"

Neste fim de semana, vi o filme chinês "Patrulha da Montanha", disponível em DVD. É um documentário, contado de forma ficcional, sobre como a informação jornalística mudou os destinos da quase dizimação dos antílopes do Tibet, na década de 90.  Isto mesmo, muito recentemente.

Tudo ocorreu nas montanhas de KeKexili, no Tibet, onde pastavam, há séculos, cerca de um milhão de antílopes.  Mas, na década de noventa, a caça predatória fez diminuir o número de animais para cerca de dez mil: o preço de suas peles no mercado internacional era estratosférico. 

E, o povo do Tibet, vivendo na miséria e no  desamparo, era o grande colaborador na matança.

A Patrulha da Montanha foi formada por voluntários locais, que combatiam os caçadores, quase que por conta própria, sem qualquer apoio ou colaboração governamental.  Eles, como os antílopes, foram quase dizimados. 

Acontece que, em 1993, a região recebeu a visita de um jornalista de Pequim, para fazer a reportagem sobre o assunto.  Acompanhou os patrulheiros durante algum tempo, e publicou uma reportagem que mudou o rumo da história.

A reportagem sensibilizou a população, ou parte dela, e, por conseguinte, o governo que, em 1996, criou o Parque Nacional de Kekexili, para o qual montou uma guarda oficial.

Foi, então, que a história dos antílopes do Tibet começou a mudar.  Hoje, dizem, são mais de 30 mil.  Estão em crescimento.

Os patrulheiros foram fundamentais. Mas foi a divulgação do fato que fez a história da matança mudar de rumo.

Interesses econômicos sempre existirão.  Mas, a parte inteligente da humanidade sabe que a destruição do patrimônio coletivo empobrece a todos: aos ricos e aos pobres.  E que, destruindo tudo, não haverá sobra para ninguém, nem lugar algum para guardar os míseros tostões.

Vale a pena ver o filme.  E ler os artigos de André Lara Rezende, e Paul Gilding publicados nos jornais neste último fim de semana.

Por isso, para aqueles que acreditam nisso, só resta uma missão: continuar a luta!

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