Belo presente no dia do aniversário da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro!
As obras na Zona Portuária do Rio já deixam para a população fluminense um legado cultural único encontrado na Avenida Barão de Tefé, onde começou a construção de uma super galeria de drenagem. No local "surgiu" de dentro da terra testemunhos surpreendentes da história da Cidade, da história do Brasil: o chamado “Cais da Imperatriz”.
As obras na Zona Portuária do Rio já deixam para a população fluminense um legado cultural único encontrado na Avenida Barão de Tefé, onde começou a construção de uma super galeria de drenagem. No local "surgiu" de dentro da terra testemunhos surpreendentes da história da Cidade, da história do Brasil: o chamado “Cais da Imperatriz”.
As obras que estão sendo executadas foram previstas como parte do plano do novo Porto, e com o objetivo de tentar erradicar os constantes alagamentos na via, pois toda a área foi formada a custa de um enorme aterro da Baía da Guanabara, prática usual até bem poucos anos atrás. O precioso achado histórico arqueológico mostra bem o quanto foi enterrado neste processo de “fazer terras”.
Mas parece que, a exemplo de Roma e Lima, a arqueologia histórica da Cidade mostra sua força. Nossa história ressurge das entranhas da terra. Nossa identidade se abre à luz do sol.
O “Cais da Imperatriz” tem este nome porque, em 1843, o local foi escolhido para o desembarque da então futura imperatriz Teresa Cristina no Rio de Janeiro. Essa decisão implicou no alargamento e na compra de algumas propriedades, no embelezamento e no melhoramento da região, projeto do famoso paisagista Grandjean de Montigny.
Este era um cais de triste história, chamado de Cais do Valongo, pois ali foi a porta de entrada do tráfico de escravos. Neste mercado, segundo a norte-americana Mary C. Karasch (“A vida dos escravos no Rio de Janeiro – 1808-1850”), teriam passado mais de um milhão de africanos no primeiro metade do século XIX. Triste lembrança, mas real!
Agora, em pleno processo de revitalização, passado e presente parecem confrontar-se. Ao mesmo tempo em que as obras trazem consigo um ar de renovação e mudanças, as imensas escavadeiras revelam a cidade oculta, que parecia adormecida sob o concreto que ali estava.
Há dois meses, arqueólogos do Museu Nacional acompanham as obras e trabalham no processo de identificação, buscando evidenciar o Cais do Valongo nesta área. Porém, ao pedirmos maiores detalhes sobre o assunto, indicaram o setor de Comunicação Social do Gabinete do Prefeito para maiores informações.
Qual o futuro da obra, já que a conservação do Cais se impõe? Existe aí um enorme problema, já que a obra iniciou-se, aparentemente, sem que tenha sido feito antes a prospecção arqueológica.
Numa cidade como o Rio, ela é inevitável. Aliás, a legislação federal, determina que no relatório de Impacto Ambiental se avalie o patrimônio cultural antes do início de qualquer obra. No caso, as obras da galeria “toparam” com o patrimônio cultural mais importante do que qualquer museu pretendido na região (e são dois: o do Calatrava, e o do Amanhã).
A enorme galeria já encosta dos dois lados do cais (Fotos: Roberto Anderson)
Numa cidade como o Rio, ela é inevitável. Aliás, a legislação federal, determina que no relatório de Impacto Ambiental se avalie o patrimônio cultural antes do início de qualquer obra. No caso, as obras da galeria “toparam” com o patrimônio cultural mais importante do que qualquer museu pretendido na região (e são dois: o do Calatrava, e o do Amanhã).
A enorme galeria já encosta dos dois lados do cais (Fotos: Roberto Anderson)
Ainda bem que todos os órgãos culturais do País estarão alertas e de plantão para garantir a preservação deste importante legado cultural do país: o Ministério da Cultura/IPHAN, o INEPAC, a Prefeitura – pela subsecretaria do Patrimônio Cultural. Este é o dever. E a história do Brasil agradece. Nós acompanharemos.
Confira mais registros dos trabalhos no vídeo abaixo:
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