Ontem, na TV, vi um impressionante documentário sobre caça e morte de baleias por navios japoneses. Naturalmente, o documentário foi feito por ecologistas que tentavam, pela sua presença, constranger aqueles que praticavam o "morticínio". Mas qual nada, não havia qualquer constrangimento, e a matança continuava ... Cenas impressionantes daquele enorme animal, no seu habitat, como que prevendo a morte, em disparada solitária, tentando escapar do inevitável (?). Depois, a filmagem de sua luta contra o arpão, os tiros de rifle para adiantar sua morte, o seu sangue jorrando no mar. Seguia-se sua estripação e, finalmente, entranhas jogadas ao mar. Dantesco! Sobretudo no século XXI.
Pergunta: alguém tem o direito de matar uma baleia? E mesmo com os tratados internacionais proibindo, por ser um animal em extinção, como impedí-lo de fato?
A morte de animais selvagens, pelos homens, se justificava quando nós não dominávamos outras técnicas de sobrevivência. Então fazíamos como eles, os animais que chamamos de selvagens: matávamos para comer. É evidente que hoje não se justifica mais isto, pois temos alternativas de cultivo e de criação de alimentos. Se justifica o extrativismo natural disimador, em prol da sobrevivência da raça humana? Claro que não.
A caça à baleia faz parte dos costumes japoneses, para comer sua carne. Mas o que justificava, no passado, a sua caça, já não é real. Ficou só o costume. Só que este costume dizima algo que, na minha visão, não pertence àqueles que a dizimam - pertence a todos, à humanidade. A caça à baleia é o protótipo do primitivismo jurídico, em termos de propriedade. A coisa (baleia) estava circulando, e um sujeito, no caso literalmente, um "animal" mais forte, se dá o direito de apropriar-se da coisa e destruí-la para seu próprio proveito! E isto sem a justificação der um "estado de necessidade", para sobrevivência!

Senti, ao ver aquela baleia sendo morta, não só pena, mas raiva e impotência de estar sendo usurpada de algo que também era meu, sem que estivesse, necessariamente na minha propriedade particular. O sentido de apropriação particular, tão caro ao direito de propriedade privada, está se transformando. Não para extinguí-lo, mas para mudar a sua perspectiva. Os bens naturais que nos são oferecidos pelo planeta estão aí para serem usados por todos - são bens de uso comum. Seu apoderamento privado está condicionado à esta perspectiva.
E o Direito que temos já endossa esta visão. Mas, o difícil é convencer o grupo social que esta é a melhor perspectiva, sem o quê o nosso futuro está na história do passado: armas, invasões e guerras de conquistas!
veja no link um brevíssimo filme sobre o assunto (1:11segs)
3 comentários:
É constrangedor ver o ponto que nosso espécie chega. Já é hora de uma mudança de consciência, de atitude e acima de tudo, além de uma postura de não fazer, uma postura de educar e constranger quem faz.
Daniel,
estamos juntos neste foco: educar, e ao menos tentar constranger...
Eles insistem em caça-las e nós insistimos em impedir, enquanto não cessarem essa covardia, estaremos em seu encalço, não daremos lhes trégua nem paz
Postar um comentário