terça-feira, 8 de maio de 2012

Sítio Arqueológico do Porto do Rio: nossa história é nosso patrimônio!!

Se o projeto do Porto "Maravilha" tem o seu lado maravilhoso, esse está na revelação do sítio arqueológico redescoberto em toda sua área.

Parece ser certo que parte da área central, aquela do chamado Cais do Valongo, existente sob o Cais da Imperatriz, terá de ser preservada, já que essa é uma área, por si só, candidata a patrimônio da humanidade.

Contudo, mesmo com relação à área do Cais do Valongo, desconhecemos o seu plano de preservação. Até onde sabemos, este ainda não foi nem discutido, nem apresentado ao público pelos órgãos competentes: o IPHAN e a Prefeitura do Rio. Por isso, estamos oficiando esses órgãos, para pedir informações.

Se o plano for de preservar apenas o pátio do Cais do Valongo, sem mostrar a continuidade, e a relação desse sítio com o restante da área dos trapiches que lhe cercam (ver fotos ao final), a nosso ver, esta "preservação" empobrecerá, sobremodo, o contexto do sítio do Cais do Valongo, e de todo o Porto.

À esquerda: Desembarque dos escravos no Cais do Valongo  (J.M. Rugendas)
À direita: Mercado de escravos na Rua do Valongo (Debret)
A área do Porto é repleta de história da Cidade do Rio.  E isso nos foi revelado pela pesquisa arqueológica realizada. Surpreendentemente, em cada terreno que se abre para construir, se acha o outro Rio maravilhoso, antes construído.

E é num desses terrenos que está sendo edificado o novo prédio do Banco Central / MECIR (meio circulante do Banco Central), e para o qual o BC está, infelizmente, pedindo o privilégio do aumento de gabarito.

Parece que a obra do BC, ao ser iniciada, teria encontrado outro sítio arqueológico, um píer, onde todos os navios eram reparados.

Ainda não conseguimos apurar para aonde foram os objetos arqueológicos encontrados no terreno do BC, nem qual a orientação do IPHAN para preservação desta riqueza, que é de todos nós.

Onde estarão os objetos arqueológicos encontrados no terreno do BC?  Quais os ajustes que deverão ser feitos no plano da obra para a preservação do sítio?  Por que isso ainda não foi revelado ao público, e à sociedade acadêmica e científica?

A empresa municipal do Porto (CDURP) e a Subsecretaria de Patrimônio Cultural do Município já poderiam, e deveriam, ter tornado públicas essas importantes informações sobre este patrimônio cultural brasileiro...

Vamos salvá-lo ou enterrá-lo para sempre?

Para se ter uma ideia inicial dessa riqueza cultural que está sendo redescoberta para o Rio e para o Brasil, veja abaixo algumas fotos da área. 

Cais do Valongo / Cais da Imperatriz 

6 comentários:

Anônimo disse...

Vereadora, fico feliz de ler seus comentários sobre as provid~encias que solicitou para proteger os achados arqueológicos na área do porto. A sra. já deve ter ido muitas vezes a Paris e a Roma. deve ter passeado pelo fórum romano e pela ruínas do antigo Louvre diversas vezes. Pois todos sabemos que o turismo está ajudando a França e a Itália a sobreviver nestes novos tempos de ajustes fiscais e de aperto monetário. Os empregos desaparecem, mas esta herança que tratam muito bem tirará estes países deste sufoco momentãneo. Por que? Eles têm capital cultural. É patrimônio cultural é capital. O fórum e as ruínas do Louvre não foram destruídos, porque tais países dão valor à sua memória e sabem tirar dinheiro de 'pedra'... Não me admiro que os agentes públicos daqui queiram fotografar tudo e destruir tudo o que tiverem encontrado para não se desviarem de um emaranhado de fios podres e de canos de esgoto que resolveram passar por lá. Fiquem sabendo, que este sítio poderá levar milhares de pessoas ao centro e poderá ajudar a mudar a cara do Rio de Janeiro. Só não vê isto quem não quiser abrir os olhos. Será que vão mais uma vez perder o bonde da história? Esta área não pode se transformar em um sítio arqueológico a céu aberto? Quanta opção o centro do Rio oferece aos visitantes hoje em dia. Lá só se proliferam os camelôs e os botequins pés sujos. A cultura não tem nem nunca terá lugar neste país de pessoas absolutamente ignorantes. Desculpe-me pelo desabafo, mas acabei de reler o Elogio da Loucura... Vereadora, a sra. é incansável em seu trabalho em busca da verdade. Obrigado.

Anônimo disse...

Um funcionário que trabalhou na obra dentro do banco central relatou que retirou grandes ancoras e peças de navio do terreno. Onde foi para esse material ? Quem cometeu esse crime ? Será que são funcionários públicos? O que há de fato lá dentro.

GCR-GrupoCulturaReunida. disse...

Prezados Amigos e Autoridades.

A VERDADE SERA ESCRITA PELO TEMPO.
A Regiao Portuaria da Cidade do Rio de Janeiro, Bairros do Centro, Saude, Gamboa e Santo Cristo, sao as verdadeiras entradas socio-economicas e culturais da construcao fisica e etnica de nosso pais. O Brasil nasce nos portos, se desenvolve absorvendo economias, culturas, artes e principalmente sendo o fiel depositario de valiosos acervos arquitetonicos e culturais, que resultam na estrutura fisica, material e cultural de nossas origens historicas. A Regiao dos bairros do Centro, Saude, Gamboa e Santo Cristo, hoje esatao sendo resgatadas pelo projeto PORTO MARAVILHA, um mega-projeto arquitetonico-urbanistico-economico social, que trara desenvolvimento economico a toda a regiao, e que foi exposto durante dois anos seguidos as associacoes de moradores, liderancas sociais, entidades artisticas e empresas e poder publico. Foram audiencias publicas, reunioes dentro dos bairros, convocacoes para palestras, exposicoes e debates sobre varios temas, inclusive as obras e suas implicacoes logisticas na regiao. A Prefeitura do Rio, IPP, Secretaria de Urbanismo Municipal, CDURP, e Concessionaria Porto Novo abriram varios canais diretos de informacao, comunicacao e exposicao dos aspectos legais, institucionais, logisticos e do programa de obras na regiao.
E logico que TODA OBRA TRAZ MUITAS ADVERSIDADES E IMPREVISTOS, POREM SE FAZ NECESSARIO DIZERMOS A VERDADE E ESCLARECER AS DUVIDAS. A AMAGA-Associacao de Moradores e Amigos do Bairro da Gamboa e Adjascencias, compareceu a varias reunioes expositoras do PORTO MARAVILHA, e apresentou muitas colocacoes e demandas sociais da Regiao Portuaria dos bairros da Saude, Gamboa e Santo Cristo...Solicitamos a inclusao de uma CRECHE MUNICIPAL DA GAMBOA, que encontra-se em fase de viabilizacao tecnica, pedimos a reforma da Praca Coronel Assuncao, e fomos atendidos, solicitamos a colocacao da ACADEMIA DE GINASTICA DA TERCEIRA IDADE e atraves da parceria: AMAGA, CDURP, Sec.Munic. da Terceira Idade e Concessionaria Porto Novo, obtivemos a instalacao deste equipamento social para nossos idosos...Encaminhamos o pedido de restauro e obras no CENTRO CULTURAL MUNICIPAL JOSE BONIFACIO, CENTRO DE REFERENCIA DA AFRO-CULTURA BRASILEIRA, que recebeu da CDURP CULTURAL, um investimento de 3 Milhoes 203 Mil Reais para as obras deste equipamento cultural, na regiao da Gamboa, Saude e Santo Cristo. Se faz importante que TODOS OS MORADORES POSSAM INTERAGIR NO PROCESSO DE RESGATE DA CIDADANIA ATRAVES DO DIALOGO, COERENCIA E APRESENTANDO SOLUCOES LEGAIS E VERDADEIRA PARA AS MELHORIAS SOCIAIS DE TODOS, comerciantes, empresarios, moradores e entidades artisticas e sociais.

Gabriel Catarino.
AMAGA-DCP-Diretor de Comunicacao e Projetos Sociais.
Associacao de Moradores e Amigos do Bairro da Gamboa e Adjascencias.

Guina Araújo Ramos disse...

O projeto do Porto Maravilha está dominado por interesses econômicos pesados, que atendem muito mais aos empresários do que à população (e à memória) carioca. Entre as imposições insensatas, uma predominância do transporte rodoviário, para os automóveis e as empresas de ônibus, que é a "reserva de mercado" da prefeitura... Muito mais inteligente seria preservar esta superfície, encharcada de História, e, em vez de pistas de alta velocidade, construir uma nova linha de Metrô. Vindo da Gávea, cruzaria a linha 1 na Glória e contornaria o Centro, passando ainda pelo S.Dumont, Pça.XV, Pça.Mauá (vejam em http://rioguina.blogspot.com.br/). A caminho da Rodoviária e da Zona Norte, atravessaria toda a área do "Porto Maravilha". Mas, estaria muito abaixo destas lembranças do passado, que poderiam se tornar um museu a céu aberto. Seria muito mais útil do que qualquer museu do amanhã, que estão tornando cada vez mais duvidoso...

Anônimo disse...

Vereadora, a sra. poderia nos dizer o teor do seu requerimento de informações sobre este assunto? Foi dirigido a qual autoridade? Poderia também nos dar um retorno sobre os desdobramentos? Queremos saber mais sobre oq ue está acontecendo no cais do porto, com as relíquias arqueológicas encontradas

Unknown disse...

Sônia, boa noite. Aqui, da não tão distante Taubaté, um escritor e historiador vem lhe pedir uma ajuda. Estou em fase de conclusão de meu livro sobre Ivan Paulo da Silva (maestro Carioca) criador do slogam do Repórter Esso 1941-1968. Necessito saber sobre seu pai, Eleutério Paulo da Silva, que foi funcionário do Cais do Porto do Rio de Janeiro, onde ocupava as funções de Conferente do Cais. Será que vc me ajudaria a descobrir a quem recorrer? Muito grato. Prof. Gilberto