quarta-feira, 18 de abril de 2012

Imobilidade Urbana


Nessa segunda-feira, dia 16, fui vítima da Imobilidade Urbana e da falta de planejamento que assolam o Rio de Janeiro, ao tentar chegar à Cidade Universitária , na Ilha do Fundão, para ministrar uma palestra.

Após enfrentar duas horas e meia de engarrafamento para ir da Cinelândia até os portões da universidade, dei com a cara na porta!

Os portões 3 e 4 da Cidade Universitária encontravam-se fechados! E já se formava uma fila de espera, de carros parados, para aguardar a abertura do portão 3, que, de acordo com uma placa colocada – pasmem! – no próprio portão, abriria novamente às 19 horas.

Outro detalhe: a única saída possível, neste momento, era pegar a Linha Amarela, sem opção de retorno para procurar os outros portões da universidade. O único retorno: a saída 9D, na altura de Bonsucesso.

Ao tentar me comunicar com os organizadores da palestra, fui informada que a decisão de fechar os portões teria sido da prefeitura do Campus, porque as vias internas da Cidade Universitária estavam ficando congestionadas com os motoristas que “cortavam caminho”, através dela, para a Ilha do Governador. Pobres moradores...

Ou seja, uma decisão arbitrária, desprovida de planejamento e de interação com o governo municipal, como se a Cidade Universitária Fosse um condomínio privado.

Nos acessos pela Avenida Brasil e pela Linha Vermelha deveria haver a indicação desse bloqueio, mas não há. Ou seja, todos os que gostariam de entrar na universidade pelos portões 3 e 4, ficam presos defronte ao portão, ou são enviados para a Linha Amarela, já incrivelmente congestionada durante o tempo em que o portão fica fechado (de 16hs às 19hs, bem no horário de pico).

Assim, a palestra – que tinha por tema a Gestão Pública – não pôde acontecer. Que pena, pois ao que parece, a cidade está precisando dominar a questão. Tanto a cidade universitária como a outra, fora de seus portões.

Em tempo: da Zona Sul ou do Centro há somente uma linha de ônibus que vai até a Cidade Universitária. E cadê o metrô, não seria prioritário? E ainda pensam em instalar mais empresas na pobre Ilha!

6 comentários:

Caio Junqueira disse...

Vereadora, seu relato é estupidificante. A UFRJ agora tranca as portas da "casa" e leva as chaves para casa? Convida palestrante e se esquece de avisar que teria de passar antes na casa do reitor para pegar as chaves da universidade e abrir a sala de conferências... Que tristeza. E este país quer assumir um assento no Conselho de Segurança da ONU e se diz desenvolvido... Qual o problema de os moradores fazerem uso da Ilha "Imunda" do Fundão para cortar caminho para ir trabalhar ou para voltar para casa? O reitor é proprietário de toda a ilha? Isto é um absurdo. A sra. é superocupada e ainda perdeu todo o dia para se deslocar da Candelária até a Ilha Imunda do Fundão. E seus compromissos? Seu tempo é valioso. Quem vai ressarci-la deste prejuízo? Quanto trabalho a aguardava na Câmara enquanto se deslocava para a UFRJ para proferir palestra para aquela gente ignorante? Gente desorganizada e mal educada. Coisa de pobre de espírito e de pretencioso. E o tema da palestra era "Gestão Pública". Parece hilariante. Garanto que a sra. teria muito a dizer sobre o tema. A sra. ainda levou o caso na "esportiva". Foi educadíssima, como sempre! Efetivamente moramos em uma cidade que se tornou refém da negligência do pode público. O povo sofre todos os dias com isto. Quando há quebra-quebra, reclamam... Gente! Este país é uma fonte inesgotável de inspiração para o Ionesco, se vivo fosse. Esperemos que dias melhores surjam e que o brasileiro aprenda a reivindicar o mínimo para garantir o seu direito de ir e vir, seu conforto. O povo é passivo e ignorante. Enquanto permanecer assim, terá o que merece: o desprezo das autoridades governamentais.

Cristina Reis disse...

É o inícío da visão do inferno em que todos nós seremos acometidos, até o grand finale.
E a propósito, um amigo me relatou que esteve na reunião do Plano Diretor, da iniciativa da própria Prefeitura, e que antes ao chegar teve uma grande dificuldade em caminhar até lá. Primeiro, porque não encontrou o meio de transporte que o levasse até lá, segundo, o pavor de ter entrado em uma área desconhecida, tudo escuro que deu medo e terceiro, só tinha carrões estacionados só com os agentes públicos. A discussão do Plano Diretor também não passa pela população e pro movimentos sociais? O que os agentes públicos tinham a discutir? A impressão dele, é que a Prefeitura faz essas reuniões para meia duzia e pra minoria da minoria. E que tudo fica dantes como o céu de abrantes.

Sergius disse...

O campus do Fundão, nos idos de 1970, data de sua inauguração pelo então Presidente Medici, contava com os blocos principais da área tecnológica, do A ao H e com o prédio da arquitetura ainda em construção, além do alojamento antigo e alguns barracões. Um destes foi ampliado para se transformar em bandejão, do outro lado da rua, em frente ao bloco A.
Em 1971 já funcionava a ponte que ligava a Avenida Brasil à tal rua ao lado do bloco A. Seguindo-se à esquerda, na rotatória da pista principal e que rasgava ao meio todo o campus, chegava-se ao acesso para a Ilha do Governador, perto da antiga sede da prefeitura da Cidade Universitária, que ficava em frente ao último grande prédio a ser construído e o primeiro a ser parcialmente demolido: o do Hospital Universitário.
A inauguração dessa ponte resultou em trânsito intenso, aumento de roubos de carros nos estacionamentos, acidentes, inclusive com morte de estudantes, um barulho infernal no bloco A, rachaduras estruturais desse mesmo prédio, além de uma total falta de controle do campus sobre seus estacionamentos e vias, sem policiamento, semáforos ou quebra-molas.
O aumento absurdo do trânsito trouxe a “modernidade e o progresso” dos engarrafamentos, quebra-molas, uma parafernália de sinais e alterações das vias originais, além de PMs, que estimularam, de pronto, os roubos e assaltos a estudantes.
Tenho, portanto, um grande trauma da abertura desse acesso e não concordo, em absoluto, com o estorvo da passagem de moradores da Ilha do Governador por dentro do campus da Ilha do Fundão.
A grande reivindicação deveria ser a melhoria das vias de acesso à Ilha do Governador, que, pelo volume imenso de veículos, inclusive para o Galeão, já deveria contar com um anel viário que a circundasse adequadamente.
Que a Ilha do Fundão seja um campus exemplar, como pensado inicialmente, e não uma via de acesso à Ilha do Governador, além de um ponto perigoso para crimes e criminosos, como se tornou.

Tatiana Maria disse...

/\ O problema é que a Ilha do Governador perdeu sua mobilidade quando começaram a abrir para outros locais. Dividir a mesma Linha Vermelha com motoristas que querem ir para a Baixada no final da tarde. E dividir com quem vem da Baixada ou da Linha amarela de manhã deixa os insulanos sem opção alguma. Sem contar que as barcas do Cocotá são ruins e possuem uma tarifa alta.

Anônimo disse...

Antes d pertencer a um mandato parlamentar, peregrinei por muitos gabinetes ingenuamente tentando mostrar o óbvio: a inversão d conceitos básicos d mobilidade, que hierarquizam os modais pela capacidad maior ou menor, e assim o metrô estaria reprimindo propositalmente a demanda da população por aquele ótimo transporte; isso só podia ser em favor do oligopólio rodoviário q nos domina há 60 anos(a confraria dos empresários d transport se reunia periodicament na ACRJ para acertar tudo isso). Hoje a situação é explosiva e mesmo assim os "técnicos" teimam em manter o modal d pequena capacidad até nos corredores d alta demanda, ou seja, nada vai mudar com BRT e BRS, até q o povo perceba a incompetência dos técnicos desse governo, a serviço do poder imposto. Que bom q hoje existem mandatos parlamentares como o seu e o que a que pertenço.

Sonia Rabello disse...

Obrigada pelos comentários de quem vive o Rio!