terça-feira, 24 de abril de 2012

(Ex) Estádio de Remo: um projeto de esporte que se esvai

Parte I

Ontem, na Lagoa Rodrigo de Freitas, acontecia uma disputa de regata de remo, esporte importante em uma cidade à beira-mar, e cheia de lagoas como o Rio de Janeiro. Aliás, muitos clubes de futebol nasceram do remo, já que essa modalidade de esporte foi intensamente praticada em nossa cidade.

Quem viu o acontecimento?  Afinal, estamos realmente nos preparando para as Olimpíadas 2016?  Com qual legado esportivo?

A disputa foi realizada no local que se denominava Estádio de Remo da Lagoa, uma arquitetura premiada que perdeu o nome, e também o espaço para um complexo privado que passou a ser chamado de “Lagoon”. 

Até sua placa e a sua referência nas ruas foram retiradas!


Ao mesmo tempo em que se realizava a regata, com um grupo de pessoas apinhadas às margens da Lagoa, havia um vai e vem no suntuoso prédio interno, totalmente reformado com blindex: entravam litros e litros de bebidas e refrigerantes, carregados por uma fileira de trabalhadores. 

E lá, onde já foi um local de esportes, e que recebia algumas centenas de crianças, estava tudo pronto para inauguração de um complexo de restaurantes de alto padrão. 

Ao lado, no que era a antiga arquibancada, que foi implodida, um complexo de cinemas: oito salas, enfiadas no subsolo.

Acima delas, foi reconstruída uma nova arquibancada, cuja localização em nada favorece o acompanhamento das regatas, por ser muito mais alta e estar muito distante da Lagoa.

Assim, ali se encontravam apenas meia dúzia de pessoas assistindo a competição que se realizava.


Do antigo local de prática esportiva pública e aberta do ex-Estádio de Remo da Cidade, sobrou apenas um velho galpão no final do complexo, onde os remadores têm um apoio para seus barcos. Por enquanto.

O Estádio de Remo foi cedido à Federação de Remo há décadas. Porém, há anos, o Governo do Estado do Rio decidiu doar, sem licitação, parte substancial desse maravilhoso prédio, segundo a federação de Remo, a uma “desconhecida empresa privada, cujos sócios majoritários estão no Uruguai”.

Esse negócio, feito pelo Governo do Estado, privatizando o espaço do Estádio de Remo, extirpou dele o espaço para seu uso esportivo público. Por isso, é hoje objeto de uma Ação Civil Pública, promovida pelo Ministério Público, e que aponta várias irregularidades nessa operação. 

Mas, a ação se arrasta, e, enquanto isso, a margem pública da Lagoa Rodrigo de Freitas, antes planejada para uso público esportivo, vai sendo ocupada por negócios privados de alto consumo!

Veja mais no site www.remo2016.com.br

3 comentários:

Caio Junqueira disse...

Vereadora,
É difícil a sua posição de cobrar atitudes coerentes da prefeitura. Este prefeito, até agora nada fez pela cidade. Não sabe de que lado bate o vento...Às vezes, penso que não adianta mais cobrar porque é tanta inoperância junta! Nada funciona e jamais funcionará. O Rio de Janeiro se tornou uma Calcutá. Nada funciona e está entregue ao próprio caos... Não adianta mais bater em cadáver. O prefeito nada fez e nada fará, pois não tem competência administrativa e a cidade é um horror!

Sonia Rabello disse...

OK. Mas, jamais podemos perder a esperança.

LUIZ ANTONIO SOARES DE MELO disse...

SOU UM DOS CANIDIDATOS, AQUI DO NORDESTE, PARA A PRESIDÊNCIA DA CBR. O RIO DEVE CONTINUAR A SER A "CASA DO REMO". E, O ESTÁDIO DA LOGOA, TEM QUE SER DEVOLVIDO. TUDO FAREMOS PARA QUE ISSO ACONTEÇA, CUSTE O QUE CUSTAR.