quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

As pedras no meio do caminho do carioca


"No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho"

Carlos Drummond de Andrade

De pedras são feitos os caminhos do pedestre carioca


Pedras de diversos tipos, representadas por buracos no calçamento que se transformam em poças d’água em dia de chuva, entulhos, depósitos de lixo em lugares indevidos, barracas de vendedores ambulantes, cadeiras de bares e restaurantes, etc.

“Pedras” que expulsam os pedestres das calçadas, jogando-os na selva do meio da rua.

Nesses nossos tempos preolímpicos em que as “trans”, esses intermináveis corredores rodoviários, são temas de mega importância, um personagem está cada vez mais esquecido: o pedestre ou transeunte, para quem são feitos os grandes projetos de transporte coletivo.

Mas para haver transporte coletivo há que haver calçadas, certo? Parece que, na cidade do Rio de Janeiro, essa lógica não funciona.

A administração pública esmera-se na aplicação do asfalto liso, enquanto as calçadas – cuja manutenção cabe aos proprietários de imóveis, mas cuja fiscalização e padronização são da responsabilidade da prefeitura – encontram-se jogadas ao léu, o que faz da vida dos pedestres uma verdadeira corrida de obstáculos: todos conhecem alguém que torceu o pé em um buraco ou sofreu uma queda mais grave causada por um desnível da calçada.


Mães conduzindo carrinhos de bebê e idosos são os campeões dessa “modalidade” de corrida informal, sem regras pré-estabelecidas. Nela todos os competidores são pegos de surpresa.

E tem mais: acima das cabeças dos pedestres paira a teia sinistra de fios de telefonia, internet, luz, TV a cabo...


Além do risco ao fornecimento de energia e de outros serviços, o peso da fiação, às vezes, é tão grande que já foi responsável por queda de postes.

Um comentário:

Cristina Reis disse...

Agora com as buraqueiras. as concessionárias de serviços públicos estão abrindo por conta das explosões do bueiros, o calçamento e as ruas estão em petição de miséria. No lugar que deveria ser colocadas as pedras portuguesas em que a empresas retiram, colocam um concreto. Vou mandar algumas fotos em outro e.mail. Devemos começar a levantar a falta de fiscalização e de ordem pública do poder público. A Cidade do Rio de Janeiro está largada e virou a casa das baratas.