sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Patrimônio Histórico e Cultural: minha homenagem

Palácio Gustavo Capanema
No dia 17 de agosto comemoramos o dia do Patrimônio Histórico e Cultural, já que foi neste dia que nasceu Rodrigo Mello Franco de Andrade, um dos fundadores, e primeiro diretor do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Dr. Rodrigo, como era chamado por todos aqueles que o conheceram, talvez seja o símbolo, para todos nós, do ideal do servidor público. Durante 30 anos ele permaneceu na direção do IPHAN, à frente da construção deste órgão federal que, em matéria de política pública, foi um sucesso absoluto.

(Leia mais sobre os 70 anos de tombamento no Brasil)

O IPHAN nunca teve grandes recursos. Nunca os seus servidores tiveram remunerações decentes, ao contrário, sempre estiveram, e permanecem ainda no final da linha dos piores valores pagos a técnicos federais. Nunca foram muitos, ao contrário, sempre lutaram para completar as vagas rarefeitas de cargos efetivos. Suas instalações e condições de trabalho sempre foram precaríssimas (veja, por exemplo, as dificuldades em se recuperar o seu prédio símbolo, seu nascedouro – o Palácio Gustavo Capanema, símbolo mundial da arquitetura modernista).

Contudo, e apesar de tudo isto, implantaram a mais eficaz política nacional de preservação do patrimônio coletivo, pela preservação do patrimônio cultural brasileiro, em todo o território nacional, e que se reproduziu, com sucesso, nos estados e municípios.

A política e os padrões de legislação de interesse coletivo, implementados por Rodrigo Mello Franco de Andrade e por seu grupo de companheiros do IPHAN, foi o exemplo para o que se seguiu depois, na construção da política de meio ambiente brasileira.

Em tempos em que a decepção popular com os altos servidores públicos, especialmente os de cargos de confiança indicados por partidos, desconstrói na mente dos brasileiros sua fé e confiança no interesse público a ser materializado pelos serviços públicos, a lembrança de servidores como a do Dr.Rodrigo, dos servidores do IPHAN de então, e daqueles atuais – que lá continuam num perseverante trabalho de preservação da memória de nossa brasilidade e de nosso patrimônio –, é um alento que fomenta a esperança, necessária ao sonho de um Brasil sem miséria.

Um Brasil sem miséria, não só de alimentação básica, de teto, de educação, de saúde, mas também de brasileiros com memória de sua identidade, e com espaços coletivos e ambientais dignos para nossa sobrevivência planetária.

Minha homenagem, na semana do Patrimônio Cultural, a todos os servidores públicos federais, estaduais e municipais que, a despeito de suas condições de trabalho, ainda perseveram na fé, e cuidam do patrimônio de todos nós.

Obrigada!

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