Inauguração do Cine Vaz Lobo - 05.01.1941 |
O nome do largo e do bairro tem origem numa dessas chácaras que, situando-se no cruzamento com a estrada de Irajá (Avenida Monsenhor Félix), era de propriedade do Capitão-Tenente José Maria Vaz Lobo.
No início do século XX, a região já não se caracterizava como produtora agrícola. E o Largo de Vaz Lobo se firmava como seu centro comercial e social, principalmente, quando se tornou o entroncamento dos bondes elétricos que, em 1928, passaram a ligar Madureira a Irajá e, em 1937, à Penha. Ali por perto, fundaram-se importantes escolas de ensino secundário como o Ginásio Manoel Machado (posteriormente Colégio Cristo Rei) e o Ginásio Republicano.
Também em suas imediações, a freguesia católica de Cristo Rei construiu a sua primeira capela que, em 1954, foi substituída pela atual igreja, considerada uma das mais belas edificações religiosas do subúrbio carioca.
Também em suas imediações, a freguesia católica de Cristo Rei construiu a sua primeira capela que, em 1954, foi substituída pela atual igreja, considerada uma das mais belas edificações religiosas do subúrbio carioca.
Entre 1906 e 1920, o crescimento da população da baixada de Irajá havia atingido a marca de 263% e, no final dos anos 30, o Largo de Vaz Lobo consolidava-se como um point. Neste cenário, surge o Cine Vaz Lobo!
Ele foi fruto da iniciativa do emigrante português Antônio Mendes Monteiro que, em 1939, adquiriu uma área triangular, fronteiriça ao Largo, entre as atuais Av. Vicente Carvalho e Rua Oliveira Figueiredo, nela construindo uma sala com capacidade de 1.800 lugares.
Para cobri-la, ergueu-se uma a laje que, à época, foi o maior vão livre do subúrbio. O prédio, em estilo Art Déco tardio, valorizava o espaço urbano do largo por sua configuração artística, marcando a fisionomia de Vaz Lobo.
Cine Vaz Lobo ainda em funcionamento na década de 1980 |
Ele foi fruto da iniciativa do emigrante português Antônio Mendes Monteiro que, em 1939, adquiriu uma área triangular, fronteiriça ao Largo, entre as atuais Av. Vicente Carvalho e Rua Oliveira Figueiredo, nela construindo uma sala com capacidade de 1.800 lugares.
Para cobri-la, ergueu-se uma a laje que, à época, foi o maior vão livre do subúrbio. O prédio, em estilo Art Déco tardio, valorizava o espaço urbano do largo por sua configuração artística, marcando a fisionomia de Vaz Lobo.
Inaugurado em 1941, com a presença da então primeira-dama da República Dona Darcy Vargas, o Cine Vaz Lobo tornou-se, até o final da década de 60, uma importante referência cultural não só da região, mas em ponto de encontro da elite carioca, que o frequentava pela excelência de sua programação.
Com a decadência dos cinemas de rua, a partir do fim dos anos 70, o Cine Vaz Lobo resistiu bravamente até 1986, quando fechou definitivamente suas portas. Sua preservação se deveu à persistência do patriarca da família Mendes Monteiro, que não admitiu vendê-lo para um templo religioso.
Imagem do Selo dos 70 anos da inauguração do Cine Vaz Lobo |
Em 2009, com a morte do patriarca, instaurou-se, por parte de seus herdeiros, uma indefinição quanto à destinação do imóvel. Junte-se a isto, o rolo compressor representado pelo projeto de construção da Transcarioca, que incluía em sua mira o terreno do Cine Vaz Lobo para nele, além da pista da via, ser construída uma praça.
Condenado, o Cine Vaz Lobo foi salvo pela mobilização de moradores e pesquisadores locais. Dentre eles, é importante registrar a atuação da estudante de arquitetura, Fernanda de Oliveira Nascimento Costa, junto à Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, demonstrando aos projetistas do Corredor Transcarioca a importância da preservação do Cine Vaz Lobo.
Com isto, foi feito um desvio do traçado da via, criando-se uma alteração de projeto que preserva o prédio, cuja importância histórica e cultural é inestimável para o bairro, a cidade e o estado.
Com isto, foi feito um desvio do traçado da via, criando-se uma alteração de projeto que preserva o prédio, cuja importância histórica e cultural é inestimável para o bairro, a cidade e o estado.
O recentemente criado Instituto Histórico e Geográfico Baixada de Irajá (IHGBI) “pilota” o Movimento Cine Vaz Lobo, que tem por objetivo conservar e recuperar o prédio e transformá-lo em Centro Cultural de artes cênicas e audiovisuais.
O Cine Vaz Lobo é um exemplo de resistência e de mobilização de uma comunidade pelos seus valores históricos e culturais. Este Blog a parabeniza e coloca-se como interlocutor de sua causa. E lembra, também, que a Bicuda Ecológica tem um papel atuante no Movimento Cine Vaz Lobo.
2 comentários:
Sra. Vereadora Sonia Rabello,
Acabei de ser informada, pela minha orientadora de TFG - Profa. Andréa Sampaio - sobre a divulgação do movimento em defesa do Cine Vaz Lobo em seu blog.
Deixo aqui registrado o meu agradecimento pelo reconhecimento e pela divulgação do trabalho que vem sendo realizado em favor da preservação do patrimônio cultural da nossa cidade.
Att.
Fernanda Costa
Arquiteta e Urbanista
Obrigada Fernanda.
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