quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MONROE: UMA LIÇÃO!


Está publicado no nosso “Em Pauta” do site, o texto/pesquisa de Roberto Tumminelli, que relata a perda de um dos prédios históricos mais significativos do Rio de Janeiro – o Palácio Monroe.

Lembro-me perfeitamente do caso, pois já tinha, à época, uma relação emocional com o patrimônio cultural, com o patrimônio coletivo. Na ocasião,  viajava em um ônibus do tipo “frescão” que tinha uns folhetos de notícias diárias. E lá estava a panfletagem pela demolição do Monroe, propagandeada por “falta de valor arquitetônico”.

Na década de 70, mesmo com toda a reação de alguns órgãos, como relata do texto, não havia livre manifestação. Tudo era controlado e ameaçador.

Hoje, a pressão por demolir, e construir em espaços verdes e coletivos, com a ocupação, sob todos os pretextos, dos espaços culturais, ambientais e coletivos continua no bico dos interesses imobiliários da Cidade.

Vamos à lista de ameaças:

1. Proposta do Jóckey Clube de fazer um projeto arquitetônico de ocupação comercial de parte do seu parque/hipódromo, que foi objeto de doação vinculada somente à finalidade de clube e lazer. (Veja no link mais detalhes)

2. Proposta do Sr.Eike Batista de ocupar parte do Parque do Flamengo para fazer empreendimento privado, comercial e de espetáculos, na área pública das marinas, e no bosque das crianças, seccionando o Parque.

3. Proposta da previdência do Estado do Rio de alterar o gabarito da área preservada da Lapa, atrás dos Arcos, para ali construir um super prédio em completo desacordo com a legislação geral.

4. Proposta da Prefeitura em fazer altos prédios no litoral do Porto do Rio, sob o pretexto do Projeto Porto Maravilha, com o comprometimento da escala visual da Cidade.

5. Lei da Prefeitura que, contrariando o Plano Diretor vigente de 1992, altera o gabarito e a forma de ocupação da área das Vargens da Baixada de Jacarepaguá, com o comprometimento do seu sistema hídrico, lagunar e ambiental.

6. Proposta de parte do Governo Federal de seccionar parte do Jardim Botânico para privatizá-lo, sob forma de moradias de “interesse social”.

Quantos Monroes os cariocas terão que pagar para ter sua Cidade preservada?

Mas hoje, como os tempos são outros, a reação é possível. Por isto, aqueles que acreditam que uma Cidade de qualidade é possível devem mostrar sua reação em claro e bom som. Uma hora serão escutados.


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