Várias cidades brasileiras são patrimônio da humanidade: Brasília (plano piloto), Cidade histórica de Ouro Preto, Centro histórico de Olinda, Centro histórico de São Luiz do Maranhão, Centro histórico de Diamantina (MG), Centro histórico de Salvador ... E agora o Rio (parte dele, é claro).
A diferença é que o Rio é a primeira a estar inserida na categoria de "paisagem cultural", uma nova denominação que abrange natureza e intervenção humana. Mas, a atribuição deste título, para cidades brasileiras não é inédita!
O título de Paisagem Cultural para o Rio significa dizer que temos não só que preservar a paisagem do Rio, como também seus marcos históricos.
Em seu blog, a urbanista Rachel Rolnik vai mais além: menciona as favelas situadas em algumas montanhas que constam do dossiê internacional, que também devem ser "preservadas" e, por conseguinte, mantidas. Será? Ou, como se dará isso?
Fato é que, logo de saída, é preciso definir alguns pontos básicos: é possível a construção de prédios de 50 andares na área portuária, conforme liberado na lei do Porto "Maravilha", se esta altura obstruir a visão das montanhas, a partir da entrada da Baía?
É possível dividir o Parque do Flamengo para ceder parte da área pública a uma empresa privada, que pretende construir ali equipamentos não previstos no projeto original tombado?
Recentemente, estivemos em Brasília. Lá, um técnica, que participava de um grande seminário sobre bens públicos, fez um comentário sobre a dificuldade de se fazer intervenções no Plano Piloto da cidade, também Patrimônio da Humanidade. Segundo a técnica, tudo é difícil, pois as restrições às alterações são muitas.
É isso aí: passada a alegria da concessão do título, vamos cobrar a proteção da Cidade. E este caminho ainda está longe, muito longe do ideal.
Veja o relatório da Comissão Especial de Patrimônio Cultural da Cidade, que criamos e presidimos no ano passado na Câmara de Vereadores. Clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário