O nome de “palácio” dado ao edifício da antiga sede do Ministério da Educação e Cultura no Rio parece até um deboche. Ontem, o prédio que não tem ar condicionado na maioria dos andares, também não tinha elevadores funcionando. Suas máquinas tiveram um superaquecimento, e foram desligadas à tarde; mas, já manhã, apenas o elevador privativo de autoridades fazia o “trânsito” de todos que chegavam ao prédio.
No prédio, que o ministro dos Esportes, e o governador Cabral mencionaram querer para sede dos Jogos Olímpicos de 2016, estão funcionando, apesar de tudo, vários órgãos federais de Cultura no Rio, a saber: Biblioteca de Música da Biblioteca Nacional e a Biblioteca Euclides da Cunha, Área Técnica Central do recém criado Instituto Brasileiro de Museus (as chefias, com os cargos de confiança ficam lá em Brasília), parte do órgão técnico central do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do IPHAN (as chefias, com os cargos de confiança também ficam em Brasília), o arquivo central nacional do IPHAN e sua biblioteca, a Noronha Santos, a FUNARTE, o gabinete dos ministros da Cultura e da Educação no Rio.
São mais de 1500 servidores que trabalham no prédio, dando continuidade a uma tradição que começou, ali, no Governo Vargas, há mais de 70 anos.
Atualmente, com este calor, só resta o prédio sofrer um sinistro mais grave. O alerta está aí. A responsabilidade pela omissão deve ser anotada.
A história de quase três séculos do Rio, enquanto capital do Império e da República não merece ser assim desprezada!
Um comentário:
Afora esses transtornos, há uma outra questão que deve ser considerada: sabe-se que a continua ocupação de um monumento é fundamental para a sua conservação. No entanto, mudanças funcionais ocasionais, devem ser evitadas visto que qualquer re-utilização implica em adaptações ao novo uso, vale dizer, obras estranhas à antiga tipologia do edifício, resultando numa descaracterização continuada do monumento. Portanto, não ao novo uso, abusivo e invasivo! Preservemos o Capanema!
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